LIMPEZA E CONSERVAÇÂO DE MOEDAS - BANCO CENTRAL DO BRASIL |
As moedas devem ser mantidas sempre limpas e secas. Por serem constituídas de metais, elas podem sofrer com a corrosão – um processo acelerado de oxidação que é intensificado pela umidade e pela poeira. Também é preciso ficar atento às moedas que ficam muito tempo juntas. Se dois metais diferentes permanecem em contato prolongado, o metal menos nobre será corroído. O mais nobre será preservado, mas poderá ficar coberto pelos resíduos da corrosão do outro metal. O alumínio, por exemplo, é um metal menos nobre do que o zinco. Se uma moeda de alumínio e uma de zinco forem guardadas em contato direto durante certo tempo sem limpeza e proteção adequada, a de alumínio será corroída, enquanto a de zinco será preservada, mas ficará marcada pelo produto da corrosão.
Confira abaixo as dicas e explicações técnicas para conservar e armazenar moedas da melhor forma possível:
O problema que mais interfere na conservação dos metais é a corrosão, um processo acelerado de oxidação, causado pela presença de oxigênio, de cloretos ou de dióxido de enxofre no ar. Esse processo é intensificado pela umidade e por poeira (impurezas que se depositam sobre os metais). Se deixarmos que o pó depositado sobre a superfície de uma moeda permaneça sobre ela durante muito tempo, ele poderá formar células galvânicas muito pequenas que estimularão a corrosão. Os metais devem por isso ser mantidos limpos e secos. Por outro lado, se dois metais diferentes permanecem em contato prolongado e um eletrólito se forma pela ação de umidade de sais minerais ou de impurezas, uma corrente elétrica circulará, e o metal menos nobre será corroído, enquanto o mais nobre será preservado, mas poderá ficar coberto pelos resíduos da corrosão do outro metal.
Na ordem da série eletroquímica, os elementos mais nobres vêm no final. Essa ordem é a seguinte:
Alumínio (Al), zinco (Zn), ferro (Fe), estanho (Sn), chumbo (Pb), cobre (Cu), prata (Ag) e ouro (Au). Assim, se forem guardadas em contato direto durante um certo tempo sem limpeza ou proteção prévias uma moeda de alumínio e uma de zinco, a de alumínio será corroída, enquanto a de zinco provavelmente ficará coberta e seguramente marcada pelo produto de sua corrosão. Portanto, deve-se evitar tanto quanto possível guardar lado a lado moedas de metais diferentes em uma mesma lâmina ou gaveta de medalheiro.
No caso de moedas folhadas - ou forradas – cujo núcleo tem uma composição diferente da camada externa (cobre forrado de prata, como em moedas romanas, por exemplo), pode ocorrer um processo eletrolítico entre a parte interna e a externa de uma mesma moeda, levando à destruição do núcleo.
Alguns pontos se tornam claros a partir desses dados:
- que as moedas devem ser limpas antes de serem guardadas;
- que se deve evitar a guarda de moedas de metais diferentes em contato direto;
- que se deve evitar também, o máximo possível, a exposição prolongada de moedas à umidade e ao ar (que, como mencionado acima, contém oxigênio, gás carbônico e dióxido de enxofre, aceleradores do processo de corrosão).
De acordo com alguns manuais europeus de conservação, os medalheiros deveriam ter aberturas para uma aeração adequada de seu interior. Outros manuais, em geral norte-americanos e canadenses, dizem exatamente o contrário, chegando a propor a guarda de moedas muito delgadas, como as bracteatas e outras moedas medievais, dentro de blocos compactos de resina sintética transparente moldada, solúvel, para impedir por completo qualquer contato da peça com o ar.
O Brasil é em grande parte um país de clima tropical, com oscilações bruscas de temperatura e umidade relativa do ar. Por outro lado, as maiores coleções de moedas se concentram em grandes áreas urbanas, cuja atmosfera é permanentemente carregada de gases e impurezas. A climatização de áreas destinadas ao armazenamento de coleções de moedas e medalhas poderia ser um recurso adequado à sua conservação, mas somente se fosse permanente (dia/noite). A interrupção da climatização por períodos causaria o mesmo efeito das mudanças naturais de temperatura e umidade atmosféricas. E uma climatização permanente seria muito dificilmente viável devido ao alto custo de sua manutenção. Portanto, outras formas de conservação de acervo de moedas continuam a ser buscadas, e se chega a algumas conclusões.
Observamos, que os medalheiros ingleses, com sua estrutura de compartimentos estanques para cada uma das gavetas e de pequenas hastes móveis, formando escaninhos isolados para cada moeda, proporcionam ao acervo neles armazenado muito boas condições para conservação das peças. Em relação aos medalheiros, que não oferecem as mesmas condições, um procedimento que começou a ser utilizado há quatro anos parece estar produzindo resultados satisfatórios. Esse procedimento tem três etapas: a limpeza mecânica das peças, sua proteção com cera microcristalina, e sua guarda em envelopes. Existem diversos outros métodos de limpeza de moedas, como a limpeza química, a limpeza por redução eletrolítica e a limpeza ultrasônica, mas o processo mecânico adotado foi o único considerado suficientemente seguro e, sobretudo, economicamente viável.
O processo de limpeza mecânica consiste no seguinte:
- A limpeza da moeda é feita através de fricção da peça em flanela de algodão com uma pequena quantidade (uma pitada) de carbonato de cálcio – um produto neutro, em pó, com uma granulação muito fina para não arranhar a peça (aproximadamente a mesma granulação do talco de toalete). O carbonato de cálcio pode ser usado em qualquer metal.
- A lavagem da moeda em água corrente, com detergente neutro (Detertec 7 fabricado pela Vetec) e escova de cerdas naturais, tendo-se o cuidado de enxaguar bem a moeda.
- A secagem em flanela de algodão, seguida da imersão da peça em acetona pura (que deve ser trocada periodicamente). A retirada da moeda do recipiente com acetona pode ser feita com pinça de bambu com ponteiras de borracha, do tipo usado para a revelação de negativos de fotografias. A acetona pura, muito volátil, promove uma secagem mais rápida e completa da peça. Colocando-se a moeda sobre o tecido de algodão, pode-se também usar um secador de cabelos para assegurar o processo de secagem.
- Depois da moeda bem seca, procede-se ao seu enceramento com cera microcristalina. A cera microcristalina, que é comercializada em blocos, é diluída em nafta ou em querozene desodorizado até tornar-se pastosa, e deve ser aplicada com pincel flexível, como os de desenho, feitos com pelos de marta. Aplica-se em primeiro lugar a cera no reverso, deixando que seque. Depois no anverso, e por último no bordo. Quando a cera microcristalina seca, o aspecto da moeda é um tanto opaco. A fricção em tecido de algodão (a flanela pode deixar felpas nessa etapa) retira o excesso de cera e devolve à moeda uma aparência polida. O enceramento com cera microcristalina veda os "poros" do metal, protegendo a moeda através de uma película inerte e inócua. O enceramento tem sido usado em lugar do envernizamento, hoje desaconselhado.
- O envelopamento das peças tem sido feito em envelopes comuns para moedas, mas podem ser usados o papel cristal, mais transparente, ou, preferencialmente, papéis de Ph neutro (6-6 ½), desacidificados (como o papel Salto, fabricado pela Arjomari do Brasil, ou papéis semelhantes produzidos pela Piray).
- As moedas guardadas em envelopes devem sofrer um controle periódico, porque os envelopes, mesmo aqueles feitos com papel desacidificado , tendem a se acidificar com o tempo, devendo então ser substituídos. O papel acidificado pode ser visualmente reconhecido por manchas amareladas em sua superfície.
Cuidados Adicionais
- Limpar sempre uma moeda manuseada antes de guardá-la. Os ácidos graxos das mãos, que contém ácido úrico, um meio ideal para proliferação de fungos, se recompõem rapidamente mesmo após a lavagem com sabão. Além disso, as peças manuseadas e guardadas sem limpeza prévia podem ficar marcadas por impressões digitais, que só são removidas com certa dificuldade.
- Utilizar uma flanela para essa limpeza rápida. Em museus e coleções maiores é aconselhado o uso de luvas de algodão para o manuseio de moedas e medalhas.
- Evitar o contato de moedas com quaisquer instrumentos ou ferramentas metálicas, que poderão produzir nelas arranhões indeléveis.
- Proteger as peças quando houver necessidade de transportá-las.
Quanto à Limpeza
- Durante todo o processo de limpeza, as peças devem ser protegidas do contato direto com as mãos através do uso de luvas de plástico ou de borracha.
- A pátina esverdeada sobre as moedas antigas de cobre e de bronze é inerte, proporciona à peça uma cobertura protetora e atraente e não deve ser removida.
- Nenhuma cobertura de superfície em uso corrente é completamente eficaz em impedir o ataque por agentes corrosivos ou pela umidade da atmosfera. Seu emprego deve ser associado às melhores condições possíveis de armazenamento ou exposição.
Fontes: Banco Central do Brasil - bcb.gov.br; As Moedas do Brasil - Eugenio Caffarelli;
LIMPEZA E CONSERVAÇÂO DE MOEDAS - UMA VISÃO NORTE-AMERICANA |
INTRODUÇÃO: A limpeza de moedas é o controverso processo de remoção de substâncias indesejáveis da superfície de uma moeda, a fim de torná-la mais atraente para potenciais compradores. O assunto é disputado na a comunidade numismática, se, de fato, a limpeza das moedas é necessária. Aqueles que defendem a limpeza também discutem quais métodos funcionam melhor. Já foi uma prática comum limpar moedas, pois o método era recomendado por especialistas na área. Soluções que vão desde borrachas de lápis até escovas de aço e cianeto de potássio foram usadas como agentes de limpeza com o objetivo de fazer a moeda parecer brilhante novamente. Porém, quando a classificação certificada entrou em uso em meados da década de 1980, a prática de limpeza de moedas diminuiu com o tempo. Desde então, a maioria dos especialistas em moedas se manifestou contra a limpeza de moedas, pois isso pode afetá-las negativamente tanto em qualidade quanto em valor. Se uma moeda potencialmente valiosa precisar ser limpa (por exemplo, se a moeda estiver deformada), recomenda-se trabalho profissional. Moedas comumente encontradas são mencionadas como candidatas ideais para qualquer tentativa de experimento de limpeza.
HISTÓRIA NORTE-AMERICANA: A limpeza de moedas em geral não tem data de início definida, pois quando algum objeto parece sujo, as pessoas sempre tenderam a limpá-lo. A prática de limpeza de moedas durante a era moderna data pelo menos de meados de 1800 nos Estados Unidos. Em 1857, half cent e large cents tornaram-se populares entre os colecionadores depois de serem descontinuados devido ao aumento dos custos do cobre. Durante esse tempo, produtos de limpeza foram usados nessas moedas para tentar fazê-las parecer vermelhas novamente. Outro exemplo registrado envolve o gabinete de moedas da Casa da Moeda de Filadélfia. Em 1903, muitas moedas da coleção, que antes estavam em condições de prova, estavam agora parcialmente cobertas por uma camada branca pouco atraente. Uma investigação descobriu que as moedas no armário (exibidas na Casa da Moeda da Filadélfia desde 1838) em algum momento foram limpas por um atendente usando polidor de metal comprado, pois as moedas estavam "manchadas". O gabinete hoje reside no Smithsonian Museum.
Na década de 1930, o lema "brilhante é o melhor"(brilliant is best) foi adotado por aqueles da comunidade colecionadora de moedas. As moedas tonificadas eram consideradas manchadas, o que fazia com que os colecionadores clareassem suas moedas com produtos como abrasivos. As cartelas de cents para coleção foram feitas até com instruções sobre como os colecionadores deveriam limpar adequadamente suas moedas usando uma borracha de lápis com um pouco de vinagre. A prática generalizada de "melhorar" as moedas continuou na década de 1960 com anúncios de loções e poções com o objetivo de tornar as moedas brilhantes novamente.
De acordo com Q. David Bowers, colecionadores e negociantes de moedas limparam e mergulharam suas moedas e depois as mergulharam novamente quando a tonalidade indesejada reaparecia. Bowers estimou em 1960 que 90 a 95% dos Lincoln cents vendidos no mercado, datados de 1910 até o final da década de 1920, eram brilhantes como resultado da imersão. As moedas que foram limpas também incluem o indian head cent. A partir da década de 1960, muitas datas, agora escassas, foram usadas, o que mais tarde destruiu seu valor.
A prática generalizada de limpeza de moedas durou até a invenção da classificação de terceiros e das placas de moedas seladas (coin slabs) no início dos anos 1980. Quando os exemplos apresentados foram finalmente vistos ao microscópio e a olho nu treinado, os efeitos do tratamento de moedas revelaram-se abaixo do ideal. Moedas mal limpas agora são rotuladas como "limpas incorretamente" (Improperly Cleaned) o que afeta negativamente seu valor de mercado dependendo da gravidade.
OPINIÕES PROFISSIONAIS: Vários numismatas conhecidos deram suas opiniões ao longo das décadas sobre a limpeza de moedas. William H. Sheldon (criador da escala de classificação de moedas Sheldon) escreveu um parecer sobre a limpeza de moedas antigas afirmando: "Muitos cents foram arruinados na tentativa de melhorá-los. Amadores, e alguns que não são tão amadores, estão sempre tentando melhorar a condição ou a aparência de um centavo antigo." Richard Snow, especializado na área de Flying Eagles e Indian Head cents, escreveu que algumas técnicas de limpeza podem melhorar a superfície de uma moeda.
Snow não sugere que as pessoas experimentem esses remédios, mas dá uma “indicação” do que poderia ser feito. Ele continua recomendando em todos os casos que experimentos sejam feitos em Lincoln cents de bronze baratos (cunhados de 1962 a 1982) e não em moedas antigas valiosas. Scott A. Travers, autor do livro The Insider's Guide to Coins Values, afirma que uma moeda nunca deve ser limpa, pois "muitos" colecionadores as consideram "repugnantes". Travers também escreveu que a ideia de aumentar o valor de uma moeda através da limpeza é um equívoco. Kenneth Bressett e A. Kosoff também escreveram opiniões sobre o assunto, dizendo que uma vez que uma moeda tenha sido "despojada" de sua superfície e brilho originais, ela "nunca mais poderá ser totalmente restaurada ou colocada em circulação novamente". John J. Ford Jr. escreveu um parecer sobre moedas limpas com habilidade, dizendo que "embora o resultado faça a moeda parecer intocada, moedas com cores atraentes devem ser ignoradas".
MÉTODOS: Listados abaixo estão alguns exemplos de como as moedas são (ou foram) limpas. Moedas com superfícies originais intocadas são geralmente mais desejáveis do que aquelas que foram limpas, embora moedas levemente limpas e sem danos ainda possam receber uma classificação de moeda normal. A limpeza inadequada pode resultar em danos irreparáveis à superfície da moeda, e é por isso que a atenção de um especialista é necessária para moedas potencialmente valiosas. Se for demonstrado que uma moeda foi danificada pela limpeza, ela será marcada como "limpa incorretamente" (Improperly Cleaned) ou terá uma descrição do problema pelos serviços de classificação.
Métodos | Descrição |
Abrasivos | Bicarbonato de sódio, pó de limpeza e borrachas de lápis causam danos às moedas. Escovar uma moeda com uma escova de dentes ou uma escova com fibras macias pode criar pequenos arranhões na superfície da moeda. Esses arranhões, conhecidos como "riscos finos" (hairlines) podem afetar o grau da moeda dependendo da gravidade. |
Escovação Polimento | Limpeza agressiva que confere à moeda um “brilho muito intenso mas pouco natural”. Essas moedas são classificadas com uma descrição que reduz o valor da moeda. |
Banho | A moeda é mergulhada em uma solução ácida diluída que remove a oxidação, mas junto com uma pequena quantidade de metal. Moedas mergulhadas demais (overdipping) resultam em perda de brilho, o que diminui o grau e o apelo da moeda. |
Sabão Ivory e Água | De acordo com o autor Thomas E. Hudgeons Jr., esta é a maneira mais segura de limpar moedas comumente encontradas. Água destilada é recomendada porque a água da torneira contém cloro. O sabão Ivory ficou conhecido pela sua pureza. |
Azeite | A moeda é mergulhada em azeite que, segundo Hudgeons, funciona melhor para moedas comuns de cobre ou bronze. |
Cianeto de Potássio | Essa solução era comumente usada como limpador de moedas na década de 1920 e levou à morte acidental de um numismata proeminente da época. |
Limpadores Ultrassônicos | Essas moedas são limpas com água destilada e uma pequena quantidade de detergente em um recipiente vibratório especial. Produtos de limpeza à base de ácido corroem a superfície da moeda, diminuindo seu valor. |
Vinagre e Sal | De acordo com o professor pesquisador Vinod Patel, lavar moedas comuns com vinagre branco natural e sal iodado em água destilada é uma forma não destrutiva de limpá-las. |
Escovação Mecanizada | Essas moedas são "limpas" por meio de uma escova de aço rotativa rápida que danifica a superfície. |
Fonte: Wikipedia.org;
LIMPEZA E CONSERVAÇÂO DE MOEDAS - NOTA DOS EDITORES DO SITE |
Como demostrado nos textos anteriores, o assunto é controverso e de longa data. Acreditamos que existem extrapolações em ambas as visões, pois ainda hoje, é possível encontrar opiniões distintas e contrárias sobre o assunto, como por exemplo, nos Catálogos BENTES, que são radicalmente contra qualquer tipo de limpeza das moedas, em contrário ao Catálogo VIEIRA, nome conhecido na numismática brasileira por mais 80 anos, que publica em sua 19ª Edição receitas de produtos para limpeza de moedas dos mais variados metais.
Na nossa humilde opinião, amadores que somos, acreditamos que esta é uma decisão pessoal do dono da peça, limpar ou não limpar. Acreditamos que se uma determinada peça adquirida e que, comprovadamente, nunca tenha sido submetida à uma limpeza, seja uma candidata para assim permanecer, principalmente considerando o seu valor de mercado. Como já vimos, caso seja submetida à uma avaliação de terceiros (PCGS ou NGC, por exemplo), a peça não perderá valor por ter sido limpa. Entretanto, colecionadores "hobistas", como nós, que não visualizam a coleção como um investimento e sim como um objeto de apreciação e de conhecimento, acreditamos que pensem que vale mais a pena destacar a beleza de sua peça em seu portfólio, uma vez que o lucro não é o principal objetivo, e a limpeza, quando bem feita, torna as moedas bastante apreciáveis, além de conservá-las.
Somos favoráveis à limpeza, porém executada sobre uma série de critérios e premissas. Não vamos passar aqui nenhuma receita, pois existem inúmeras opções que podem ser adotadas. A lavagem por ultrassom é excelente para a retirada de impurezas de pequenos cantos dos entalhes e o uso de detergentes adequados torna a peça livre de gorduras e minerais indesejados. É recomendado o uso de água destilada para a lavagem, por ser livre de cloro. A secagem, seja no sol (por horas), com secadores de ar quente ou com acetona pura eliminam a possibilidade da peça ser guardada com alguma umidade. Eventualmente, um polimento, seja com carbonato de cálcio (bem fino), seja com polidores, se torna adequado, restaurando o brilho da peça. O uso de flanela limpa é recomendado para finalizar o polimento. A proteção da peça deve ser feita por uma cera microcristalina, normalmente oriunda da carnaúba, isenta de solventes. Esta cera promove a criação de uma película invisível de proteção da moeda, tornando a sua aparência agradável, mesmo que sabidamente um dia se perderá, mais duradoura. Algum lustre com flanela é recomendável após a secagem da cera. Por fim, a moeda deve ser envelopada com papel livre de ácidos, apropriado para este fim ou ser colocada em slabs ou coin holders ou alvéolos de acrílico. Materiais, como coin holders, bolsas, álbuns, etc, feitos em PVC não devem ser utilizados em nenhuma hipótese. O PVC libera óleo com o tempo e danifica a peça. É recomendado o uso de polietileno ou polipropileno. Apesar de serem objetos de desejo de muitos colecionadores, medalheiros ou móveis, até mesmo caixas de madeira devem ser evitados, pois também exalam substâncias com o tempo que podem alterar as características visuais das moedas. Caixas plásticass de polietileno ou polipropileno, assim como de acrílico são receomndadas para o armazenamento das moedas já acondicionadas em slabs, coin holders ou alvéolos. Os álbuns, se utilizados, devem ser fabricados destes mesmo materiais, e PVC nunca deve ser utilizado. Importante: Sempre usar luvas de borracha ou algodão ao manusear as moedas!
Com a pandemia do COVID-19 o assunto colecionismo se tornou muito mais divulgado e arrebanhou muito mais adéptos, haja vista a reclusão que se fez necessária. Somando tal fato ao crescente uso das mídias sociais, o que se pode perceber hoje é uma avalanche de novos comerciantes, de ofertas, de procura e principalmente, com tudo isso, o aparecimento de muitas peças duvidosas, cujas autenticidades, classificações e preços, passaram a ser amplamente questionados, mas que deram algum resultado para seus mentores, considerando que este número aumenta a cada dia. Neste ínterim, é fácil observar pelas fotos que as acompanham que, praticamente todas as peças oferecidas na Internet passaram por um processo de limpeza o que torna cada vez mais difícil adquirir peças confiáveis e, principalmente, com classificação e valores justos. A seleção dos bons fornecedores, acreditamos, nunca foi tão necessária. Idealmente, as peças devem ser adquiridas através de análises presenciais.
Para concluir, enfatizamos categoricamente que a limpeza das moedas NUNCA deve ser feita com o objetivo de alterar a sua classificação, em busca de um melhor preço. Uma moeda MBC, por exemplo, continuará sendo MBC, mesmo depois de limpa, polida e protegida. As marcas de circulação não desaparecem, simplesmente, com a limpeza.