PERÍODO POPULISTA - 1945 a 1964 |
Durante o governo Dutra perdurou a união nacional do PSD com a UDN, surgida da necessidade de derrubar Vargas, e que propiciou a conciliação de interesses entre os amplos setores industriais urbanos. Entre o final da década de 1940 e o início da seguinte, tomou corpo o processo de industrialização que se iniciara no Estado Novo. No campo político, uma nova ideologia empolgou amplos setores da classe média, militares, estudantes, profissionais liberais, operários: o nacionalismo, cuja expressão mais significativa foi a campanha pelo petróleo, da qual surgiram a lei do monopólio estatal da prospecção e do refino e a criação da Petrobrás, em outubro de 1953. Em que pese o apoio dos nacionalistas à defesa do petróleo e à tendência estatizante de seu governo, Vargas começou a detectar sinais claros da insatisfação de setores estratégicos de opinião, sobretudo dos representantes do capital estrangeiro e da burguesia nacional. Não obstante, também a classe média dava mostras de impaciência, como ficou claro pela eleição de Jânio Quadros para a prefeitura de São Paulo, sem apoio dos grandes partidos. Getúlio procedeu a uma mudança ministerial: convocou, para a pasta da Fazenda, Osvaldo Aranha, que atenuou a política cambial e tomou medidas de estabilização econômica; e para a do Trabalho, um jovem político gaúcho, até então desconhecido, João Goulart, que iniciou alianças com o movimento operário, em substituição à política populista de Vargas.
O quinqüênio de Kubitschek voltou-se para o desenvolvimento econômico e a política de industrialização. Expandiu-se a infra-estrutura de rodovias, ferrovias e portos, energia elétrica, armazéns e silos. A fim de atenuar as disparidades regionais, Juscelino criou a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) e promoveu a interiorização, através de uma rede de estradas e da mudança da capital para Brasília. Nessa época, o centro de gravidade da economia já se localizava no setor industrial. Iniciou-se a fase de implantação das indústrias de bens de consumo duráveis e de bens de produção. Instalaram-se as indústrias automobilística, de eletrodomésticos, de construção naval, de mecânica pesada, de cimento, de papel e de celulose.
A fórmula adotada por Jânio foi combinar uma política interna conservadora, deflacionista e antipopular, com uma política externa de rompantes independentes, para atrair a simpatia da esquerda. Muito mais retórica que efetiva, essa política, que se notabilizou por ataques à China nacionalista e pela condecoração do líder da revolução cubana Ernesto "Che" Guevara, acabou por atrair a desconfiança da burguesia e a ira dos militares. O aumento das tarifas públicas, a ampliação da carga horária da burocracia estatal e a preocupação demagógica com questões insignificantes, como a proibição das brigas de galo e de transmissões de televisão que mostrassem moças de biquíni, acabaram por desgastar o apoio que ainda recebia da opinião pública.
Em pouco mais de um ano, sucederam-se três primeiros-ministros - Tancredo Neves, Brochado da Rocha e Hermes Lima - de atuação quase insignificante. Com apoio nas bases populares e sindicalistas, Goulart conseguiu antecipar o plebiscito para janeiro de 1963 e reverteu facilmente o sistema para o presidencialismo. Goulart passou então a manobrar para manter o apoio das bases populares e sindicais e ao mesmo tempo atrair as simpatias do centro político. Para isso, lançou o plano trienal de desenvolvimento econômico e social, em que defendia conjuntamente as reformas de base, agrárias e urbanas, medidas antiinflacionárias clássicas e investimentos estrangeiros. O resultado foi exatamente o oposto. O plano foi atacado tanto pela esquerda quanto pelos conservadores, todos preocupados mais com as implicações políticas que com os resultados práticos. O governo, atordoado pelas críticas de todos os lados e fustigado pelos problemas econômicos que se avolumavam, optou pelo apoio das esquerdas. Em 31 de março, à noite, o movimento militar eclodiu em Belo Horizonte e espalhou-se rapidamente por todo o Brasil, praticamente sem reação da esquerda. Alguns políticos e líderes esquerdistas foram presos, a maioria fugiu em debandada, e Goulart exilou-se no Uruguai.
PRESIDENTES | |
José Linhares | (30/10/1945 a 30/01/1946) |
General Eurico Gaspar Dutra | (31/01/1946 a 30/01/1951) |
Getúlio Dornelles Vargas | (31/01/1951 a 23/08/1954) |
João Café Filho | (24/08/1954 a 08/11/1955) |
Carlos Coimbra da Luz | (09/11/1955 a 10/11/1955) |
Nereu de Oliveira Ramos | (11/11/1955 a 30/01/1956) |
Juscelino Kubitschek de Oliveira | (31/01/1956 a 30/01/1961) |
Jânio da Silva Quadros | (31/01/1961 a 24/08/1961) |
Paschoal Ranieri Mazzilli | (25/08/1961 a 05/09/1961) |
João Belchior Marques Goulart | (06/09/1961 a 31/03/1964) |
REGIME PARLAMENTARISTA | |
Tancredo de Almeida Neves (Primeiro Ministro) | (07/09/1961 a 26/06/1962) |
Francisco Brochado da Rocha (Primeiro Ministro) | (12/07/1962 a 14/09/1962) |
Hermes Lima (Primeiro Ministro) | (15/09/1962 a 06/01/1963) |
Fontes: https://pt.wikipedia.org/; antigo site "nomismatike"